quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Greve dos professores pode voltar já no começo do ano que vem


Lages, 27/10/2011, Correio Lageano

Cerca de mil professores de todo o Estado se reuniram em Lages para discutir o plano de carreira e salários, a municipalização da educação e a revisão da lei dos ACTs. Depois dos mais de dois meses em greve, os professores deram um prazo de 120 dias para o governo apresentar uma proposta para um plano de carreira, respeitando o piso nacional.

O prazo acaba dia 2 de dezembro e, segundo a secretária geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC), Ana Júlia Rodrigues, a categoria já prepara um calendário de mobilizações para 2012, que pode iniciar o ano letivo sem aulas.

Segundo a presidente do Sinte, Alvete Bedin, o posicionamento dos professores continua o mesmo dagreve, sem aceitação do plano de carreiras aprovado na Assembleia Legislativa, onde, segundo ela, a tabela salarial de 75% dos profissionais da educação fica achatada. “Nós queremos apresentar as nossas diretrizes de forma que beneficie a categoria”.

Segundo Ana Júlia, o Sinte não aceita o argumento do governo de que não há recursos para atender a proposta dos professores. A presidente o sindicato diz que há outras áreas do governo que podem ser ‘enxugadas’ para que se pague os profissionais da educação.

“O valor de 25% do Fundeb, destinados à educação, não é atingido pelo Estado. Existe uma série de irregularidades como o pagamento do salário de professores aposentados, que deveria ser pago pelo Iprev, não pelo caixa do Estado. Temos cargos comissionados explodindo nas escolas, quando sabemos que não é necessário cinco ou seis gestores, somente aí tem um gasto de 1,2 milhão de reais...Ou seja, tem uma porção de meios que o governo pode usar para atender nossas reivindicações”.

O prazo de 120 dias que os professores deram para uma proposta de plano de carreira ser apresentada, não vai ser aumentado em mais dois meses, como deseja o governo, segundo Ana Júlia. “Prazo não existe mais, a partir disso o governo tem que dar uma resposta”.
O calendário de mobilizações de 2012 não foi decidido na assembleia de ontem, sendo adiado para a próxima reunião.

Segundo Alvete Bedin, a assembleia definiu propostas para a descompactação da tabela salarial dosprofessores, que será apresentada ao governo.


Sinte não quer escolas na mão dos municípios

O Sinte se posiciona contra a municipalização do ensino fundamental em Santa Catarina. A presidente, Alvete Bedin, opina que os municípios não têm condições de atender à educação. “Como eles [os municípios] vão dar conta de trazer mais de mil professores e 17 mil alunos para a rede municipal? Quem tem a maior fatia de arrecadação é o Estado, que tem 25% de repasse dos recursos [do Fundeb], e os municípios têm 17%”.

A secretária geral, Ana Júlia Rodigues, opina que se o município assumir a educação fundamental, não existirá recursos a longo prazo para manter um ensino de qualidade. “Os prefeitos trabalham com quatro anos, que é o mandato deles, mas nós pensamos no ensino até a universidade”, explica. Segundo ela, a educação não pode ser vista sob a mesma ótica da administração municipal.

O processo de municipalização já está acontecendo em várias cidades do estado, onde um acordo entre governo e o município transfere a gerência das escolas às prefeituras.

Fonte: http://www.clmais.com.br/informacao/26816

Um comentário:

Rapha Parnoff disse...

Quem se ferra são os alunos.. Eles querem mais dinheiro e tal... e a gente fica esperando a boa vontade deles de nos darem aula...

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