terça-feira, 21 de junho de 2011

Alguns professores voltam às aulas

Lages, 21/06/2011, Correio Lageano


A greve dos professores continua, mas com menos força. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte) diz que entre 70% e 80% dos docentes continuam em greve. Já a Gerência Regional de Educação (Gered) informa que somente 22% deles seguem parados. Em trêsescolas estaduais checadas pelo Correio Lageano, os diretores afirmam que menos da metade dosprofessores voltaram às aulas.
  
O conselheiro do Sinte/Regional de Lages, Ênio Ribeiro, fala que a diminuição do número deprofessores em greve se deve ao desconto dos dias parados, anunciado pelo governo. “O pessoal está voltando obrigado, porque precisa do salário. Não há condições de sobreviver sem dinheiro”, diz.

A gerente regional de educação, Maria de Fátima Daboit Ogliari diz que a volta dos professores se deve a uma questão de “bom senso” por parte dos profissionais. “Eles estão atendendo o pedido do governo de voltar às salas de aula, para que possa ser dado continuidade nas negociações”, avalia.
  
O secretário de Educação, Marco Tebaldi, também acha que a volta às aulas é o atendimento ao apelo do Governo Estadual, mas pondera, e diz que alguns dos professores voltaram por causa do desconto dos dias em que estiveram parados.
  
Já a coordenadora estadual do Sinte, Alvete Betin, fala que “o professor, apavorado, voltou”, e diz que o retorno às aulas foi maior nas regionais de Lages, Curitibanos e Joaçaba. Ênio Ribeiro fala que, mesmo os que voltaram estão “indignados”, pois, segundo ele, com a proposta do governo, alguns receberão menos do que ganham hoje devido à diminuição do benefício da regência, que dava aosprofessores 40% de abono salarial para os docentes das séries iniciais e 25% para os do ensino fundamental. Estes valores agora são, respectivamente, 25% e 17%.


O governador, Raimundo Colombo, através da assessoria de imprensa, informou que a “lei do pisoestá sendo cumprida, mas não na plenitude, como os professores querem”. “Temos de ponderar a nossa capacidade financeira. Se pagássemos a proposta dos professores, o gasto seria de 108 milhões de reais por mês; se fosse somente o piso, este valor seria de 8 milhões; e a nossa proposta atual é de 22 milhões”, diz.
  
Colombo fala que os professores reclamam de ‘achatamento’ do plano de carreira dos professores, que é dividido em 12 níveis. Segundo o governador, a proposta atual dá de 7,5% à 40% de aumento salarial para os professores, dependendo do nível em que estão. “Não há como distribuir este dinheiro sem fazer o achatamento”, explica.

Ele ainda diz que os que ganham melhor terão um aumento menor do que os que recebem menos. E diz que, ainda, que “não precisava ter greve”. “A educação deveria ser pensada a longo prazo”, diz. Tebaldi diz que não há um próximo passo preparado para a negociação com os professores.


Emenda quer mais dinheiro na Educação
  
Em proposta de emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias, a deputada estadual Ângela Albino (PC do B) pretende transferir 20% dos recursos angariados pelo Sistema Estadual de Incentivo à Cultura, ao Turismo e ao Esporte (Seitec) e pelo FundoSocial, para a Secretaria da Educação.

A deputada, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que “a alternativa contribui para regularizar a situação da Educação no Estado”. Ela ainda explica que os recursos serão utilizados exclusivamente para manutenção e desenvolvimento da educação básica pública.


Audiência pública discutirá a Educação

Nesta terça-feira acontece, na Assembléia Legislativa, uma audiência para discutir a qualidade da Educação no Estado. A coordenadora estadual do Sinte explica que serão debatidos outros aspectos que vão além da pauta de reivindicações da greve dos professores.

“Será levado aos deputados estaduais todos os problemas de estrutura nas escolas, tanto a situação física quanto a situação humana, como problemas de saúde decorrentes da profissão de educador”, diz. Também será discutida a questão da violência nas escolas, municipalização da Educação Básica e evasão escolar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário