sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sinte mantém posição de greve, mas 80% dos professores retornam

Lages, 8/07/2011, Correio Lageano por Susana Küster
  
greve dos professores estaduais chega nesta sexta-feira a 51 dias de paralisação. Depois de tanto tempo, os alunos estão preocupados sobre a forma da reposição das aulas. O governador Raimundo Colombo afirma que nas escolas onde ainda há professores em greve, serão admitidos profissionais em caráter temporário para o ano letivo não ser prejudicado.


O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte), Luiz Carlos Vieira, afirma que a greve iniciou para a implantação do piso salarial na carreira, porém o governo diminuiu os valores da regência de classe, e pressionado pela greve, devolverá aos poucos o que já estava sendo pago.


Uma das diretoras do Sinte de Lages, Maria de Lourdes Kunn Silva, ressalta que a categoria não aceitará que a regência de classe seja paga gradativamente até o ano que vem. “Já tínhamos a regência garantida e da forma que está sendo proposta, estamos na verdade doando dinheiro para o governo, pois ele está devolvendo o que já era nosso de direito”, explica.


Segundo a gerente de educação, Fátima Ogliari, em Lages, 11,16% estão em greve. “Estamos com algumas sugestões de professores de como repor as aulas perdidas e encaminharemos para a Secretaria de Estado da Educação. Será sugerido repor as aulas em julho ou em alguns dias do ano letivo, em que acontecem os conselhos de classe (que serão feitos em outro horário para não comprometer as aulas), ou também avançar um pouco as aulas em dezembro”, explica.


Para estabelecer a recuperação do ano letivo, o governador Raimundo Colombo convocou uma reunião para hoje, em Lages, junto aos secretários regionais, os gerentes de Educação e diretores de escolas do Estado, além de técnicos da Secretaria de Educação.


O secretário de educação, Marco Tebaldi, ressalta que para o governo acabou a negociação. “Vimos na assembleia estadual que o movimento tornou-se algo extremamente político, haviam manifestantes da CUT e MST, que não têm nada a ver com a situação do magistério. A maioria das assembleias regionais votou para acabar a greve, e na assembleia geral a minoria decidiu continuar, isso não representa a vontade da categoria”, ressalta.


O aluno do 3º ano da Escola de Educação Básica de Lages, Jair da Costa Teixeira Junior, afirma que a preocupação é grande entre os estudantes. “Estamos perdendo muita matéria que vai cair no vestibular e Enem. Além disso, temos que nos formar até dia 16 de dezembro, senão perdemos a data da formatura”, diz. Seu colega, Mateus Guilherme Steffens Santos, está fazendo cursinho pré-vestibular e afirma que sem isso, estaria totalmente despreparado para o vestibular de arquitetura que irá prestar para UFSC.


Conquistas da greve poderão ser perdidas




O secretário de educação, Marco Tebaldi garante que o governo manterá as últimas propostas, que foram encaminhadas ontem para Assembleia Legislativa como projeto de lei complementar.


Na proposta final, é sugerida a formação de um grupo de trabalho para debater o plano de carreira; a reestruturação da regência de classe em agosto; os índices das séries finais e do Ensino Médio, que hoje estão em 17%, passariam para 20%; os percentuais das séries iniciais que estão em 25%, passam para 30%. Em janeiro, os índices serão pagos integralmente e voltam para 25% e 40%.


Entretanto, os líderes de todos os partidos na Assembleia e o presidente da casa, deputado Gelson Merisio, decidiram que só votam o Projeto de Lei Complementar do Executivo (que concede salário superior ao piso nacional do magistério, além de regência de classe e excedente de horas atividades), se a maioria dos professores da rede pública estadual retornar ao trabalho.


Caso o projeto não seja votado na próxima semana, voltarão a vigorar os valores da antiga tabela salarial do magistério, sem as vantagens conquistadas durante a greve dos professores.

80% dos professores voltam


Nas regionais de São Lourenço do Oeste e São Joaquim, todos os professores decidiram ontem aceitar a proposta do Governo do Estado e voltarem às unidades de educação. Ainda destacam-se, por exemplo, as regionais de Seara (96%), Lages (90%), Quilombo (88%), Jaraguá do Sul e Joaçaba (81%), Joinville (80%), São Miguel do Oeste (78%), Blumenau (74%), Timbó (71%) e Tubarão (65%).

Um comentário:

Geofas disse...

URGENTE LAGES!

Não deixem de ler e divulgar essas informações. É O NOSSO PLANO DE CARREIRA QUE ESTÁ EM JOGO!!!

http://sintesaojose.blogspot.com/2011/07/agenda-da-greve-importantissimo.html

http://escolarosatorres.blogspot.com/2011/07/juridico-confirma-plc-e-golpe.html

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