quarta-feira, 11 de maio de 2011

Mais de 250 professores da região vão à Capital

Lages, 11/05/2011, Correio Lageano por Begair Godóy


Embora os professores da rede estadual participem nesta quarta-feira (11) de uma mobilização na capital cobrando a aplicação do Piso Salarial Nacional, Lei 11738/2008, o governo do estado já sinalizou que precisa aguardar a publicação da sentença do Tribunal de Justiça Federal (TJF) paras tomar as providências.
  
O secretário estadual da Educação, Marco Antônio Tebaldi, afirma que a mobilização estadual é prematura tendo em vista que não se tem conhecimento do teor da sentença proferida pelo Tribunal de Justiça Federal ( TJF). “Precisamos ter acesso à sentença para dar os encaminhamentos previstos”, explica.
  
Ele lembrou que até pediu ao ministro da Educação, Fernando Hadad, para conversar com o ministro do Supremo, Cezar Peluso, agilizar a publicação da sentença para assim se ter um posicionamento mais concreto. “Essa questão não envolve somente o salário e não é tão simples envolve uma série de fatores e precisa estar muito clara”, reforça o secretário estadual da educação.

 A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) estadual, Alvete Bedin, não confirmou as declarações do secretário do estado. Segundo ela, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) após avaliação jurídica constatou que não há a necessidade de se publicar o acórdão (sentença). “O governo quer ganhar tempo”, observa. Ainda de acordo com ela, o Piso Nacional de R$ 1.187,00 foi julgado constitucional desde seis de abril e o governo já é devedor.
  
Ela também comenta que o que não está claro são as horas-atividades que é o tempo que osprofessores terão para planejar as aulas, trabalhos e fazer correções de provas. “Isso significa contratar mais professores e redução de carga horária e o governo não quer gastar”, justifica.
  
“O tema é tão importante que a categoria se sentiu motivada para engrossar esta fileira”, observa a diretora financeira do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública do Estado de Santa Catarina (Sinte Regional de /Lages), Maria de Lourdes Kumm, ao revelar que a mobilização em Florianópolis vai entrar para a história da regional, visto que nunca tantos professores se engajaram numa luta.

Serão cinco ônibus e três vans, cerca de 250 pessoas sendo que a maioria de Lages. Representantes da região da Amures também vão se juntar ao grupo que viaja hoje pela manhã.


Cerca de 90% das escolas estaduais param nesta quarta-feira
  
A assistente técnica pedagógica da EEB General José Pinto Sombra, Karine Theodoro ressalta que na escola, nesta segunda e terça-feira as aulas foram de 30 minutos nos três períodos.
Explicou também que 95% dos professores aderiram à mobilização que vai acontecer em todo o país nesta quarta-feira (11) que pede a aplicação do Piso Salarial Nacional.
  
Em Santa Catarina, a ação acontece no Centro Eventos em Florianópolis. “Hoje, em Lages vamos fazer um trabalho de conscientização para a comunidade pela manhã e à tarde”, ressalta lembrando que cinco professores vão acompanhar a mobilização estadual na capital catarinense.
  
O membro da diretoria do Sinte regional e conselheiro estadual, Luis Fernando Fontoura é um dos cinco professores da escola Pinto Sombra que viaja a Florianópolis. Ele está esperançoso e comentou que a aplicação do novo valor salarial vai refletir tanto na qualidade do ensino como na qualidade de vida do professor.
  
“Os professores estão sobrecarregados pois para ganhar um pouco mais lecionam até 60 horas e isso é desgastante e acaba refletindo na saúde”, explica “Será um marco na educação”, reforça apostando na proposta favorável do governador Raimundo Colombo.
  
De acordo com a Gerência Regional de Educação (Gered) em torno de 60% das escolas estaduais optaram por aulas de 30 minutos na segunda (9) e terça-feira (10), porém hoje (11) a paralisação total das aulas deve ser entre 80% e 90%.

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